sábado, 7 de dezembro de 2019

Armando conseguiu outro emprego na engenharia! Uhull! (parte 1)

Já que o marido ainda não teve tempo pra contar aqui várias coisas legais e interessantes que aconteceram ao longo do ano (ou eu deveria dizer, dois anos já? <õ>) com relação a parte profissional da área dele (engenharia mecânica) aqui em Toronto, eu tomei a liberdade de pular várias etapas do início pra contar o trabalho que foi ele conseguir o mais novo emprego dele!

Um pouco de background: O Armando chegou ao Canadá com pouca experiência de trabalho, mesmo na engenharia. No Brasil, ele ficou no laboratório da universidade dele durante o período do mestrado e, depois que mudou pra Brasília, só conseguiu emprego como professor particular de Física e Matemática.

Como ouvimos muito falar que o Canadá precisa de engenheiros (se você está pensando em vir, com certeza já se deparou com isso no caminho. Na verdade, escolhemos morar em Toronto justamente por terem nos informado que aqui seria mais fácil dele conseguir emprego na área por ter mais oportunidades), ele queria investir nisso pra conseguir emprego na área e finalmente fazer sentido o que disseram pra ele um dia que "Engenharia dá dinheiro".

Sabíamos que sem experiência de trabalho anterior, ele poderia ter um pouco mais de dificuldade. Por isso, achamos muito boa oportunidade o programa oferecido pelo governo que ajuda engenheiros recém chegados a conseguir um estágio na área, depois de algumas semanas de aula de inglês, auxílio pra montar currículo e se preparar pra entrevistas, que ele contou aqui.

Depois de fazer o estágio, ele conseguiu um emprego de Mechanical Engineering Technologist, onde ficou trabalhando por quase um ano. Ele notou durante a entrevista que o estágio realmente ajudou pra conseguir esse primeiro emprego.

Porém, faltando um mês pra completar um ano e entrar de férias, o chefe dele deu uma desculpa muito esquisita e ele foi demitido bem quando os pais dele estavam visitando a gente em junho, 1 dia depois do aniversário dele. Depois de aproveitar uns dias de férias com os pais, a busca de empregos retornou.

Com a experiência que ele já tinha, ele procurava vagas mais ou menos semelhantes ao emprego anterior no indeed e começou a mandar currículos. Ele até conseguiu algumas entrevistas pelo telefone e chegou até a etapa de entrevista pessoal, só não estava chegando nos finalmente da contratação (o que já é melhor que eu, porque não importa quantas vagas eu já mandei no último ano, não consegui nenhuma entrevista pelo telefone :/). Nós sabíamos que era uma questão de tempo e tentávamos sempre não ceder pro desânimo/ansiedade/preocupação que chega nessa época de incertezas e dinheiro mais curto. Mas felizmente com o meu emprego, o auxílio desemprego e alguns cortes nos gastos, estávamos conseguindo fechar as contas com pouca folga. Inclusive, é interessante como os gastos diminuem sem muito esforço quando se para de trabalhar. Por exemplo, não precisávamos pagar mais o transporte dele (porque ele tinha que pagar 2 redes de ônibus pra chegar no trabalho) e, com mais tempo em casa, ele conseguia cozinhar mais, então, não saíamos mais tanto pra comer fora, por exemplo.

Só que o tempo foi passando e nada desse emprego chegar. Um dia, voltando de ônibus pra casa, pensei que pudesse dar uma ajudada e fiquei olhando vagas em engenharia mecânica que talvez ele tivesse algum interesse ou experiência, mas que estava deixando passar por estar focado em um tipo específico de trabalho. Mandei pra ele o que achei e ele realmente se interessou por algumas. Outras ele não tinha toda a qualificação necessária, então, pensamos que talvez se ele buscasse essa qualificação ele poderia começar a aplicar pra mais vagas. Nessa época, ele decidiu que poderia ser uma boa fazer um curso de 2 a 4 horas por semana por um ou dois meses pra tentar aumentar a chance de ser chamado pra alguma entrevista. Fizemos as contas do curso e vimos que cabia no orçamento, então, ele foi atrás de fazer (achei uma ótima ideia porque é sempre bom ter um objetivo mais concreto, já que ficar o dia todo em casa procurando emprego pode ser meio frustrante, especialmente quando passa muito tempo e não se tem tanta resposta quanto o esperado #experiênciaprópria).

No dia 10 de setembro ele aplicou pra algumas das vagas que eu mandei. Uma delas retornou pra marcar uma entrevista por telefone, que foi feita no dia 24 de setembro. Uma semana depois, entraram em contato com ele pra marcar a entrevista pessoal (eba, estava dando certo!) pro dia 3 de outubro. Armando saiu da entrevista cansado porque foi difícil, com bastantes perguntas técnicas e específicas, mas ele achou que tinha ido bem. Durante a entrevista, eles disseram que informariam o Armando se ele passasse ou não passasse pra vaga (o que foi um alívio, porque na maior parte das vezes você só fica na expectativa da vaga, sem nunca receber uma resposta ou retorno). Mais alguns muitos dias se passaram (mais do que o prazo que disseram que levariam pra entrar em contato de volta) até que eles retornaram pedindo duas referências!

Ficamos muito felizes, porque geralmente essa é a última etapa de um processo seletivo. O Armando mandou um contato de um dos manda-chuva da antiga empresa dele e do voluntário que ele faz aqui em Toronto, achando que eram as melhores opções já que eram todas aqui e recentes. Infelizmente no mesmo dia (esse pessoal do RH é rápido quando quer, né?) retornaram dizendo que ele teria que mandar contatos do chefe direto dele e que o do voluntário não servia. Muitas emoções passaram pela nossa cabeça (incompreensão, desespero, preocupação) até que focamos no que precisávamos: quem mandar de referência, então?

Era claro que uma delas teria que ser o chefe direto dele da última empresa, mas o Armando estava preocupado, já que, no fim das contas, ele que foi o responsável pela demissão (sabe-se-lá-por-quê motivos). Vai saber se ele dava uma referência ruim? Na verdade, pessoalmente eu levantei vários questionamentos com relação a essa tal de referência: Até que ponto uma referência ruim vai afetar você conseguir uma vaga na empresa, se você for um bom candidato? Se uma pessoa na sua antiga empresa não gostar de você e quiser queimar seu filme, eles podem mentir em tudo e falar que você era um mal profissional. Então, até que ponto a opinião de um terceiro é válida nesse sentido? Será que eles só queriam confirmar se ele estava falando a verdade? Outra coisa é que as pessoas em geral já estão ocupadas com os próprios problemas/a própria vida (em especial o chefe dele era muito enrolado), como esperar que essa pessoa enrolada achasse tempo pra falar de um antigo empregado, sendo que não vai ganhar nada com isso nem tem nenhuma obrigação para tal? Mas a real mesmo é que o Armando estava aí com esse pepino e teria que resolver pra passar pra próxima etapa (que esperávamos que seria a tão esperada contratação).

Outras opções que ele pensou foram: os orientadores do mestrado (descartados por motivo de enrolados e que, apesar de serem orientadores, não acompanharam o Armando de perto no período da mão-na-massa e rotina do laboratório em si, então, talvez eles não soubessem dizer muitos detalhes sobre), o chefe do período do estágio (descartado porque ele passou pouco tempo lá, possivelmente não iria fornecer uma informação muito útil), o chefe da empresa em que ele deu aula (descartado porque ele não tinha exatamente um chefe direto, então, não sabia quem indicar dessa empresa). Só restou então a pessoa responsável pelo laboratório durante o período do mestrado (o que era mais próximo de um 'manager' direto que ele tinha e que era o que queriam como referência).

To be continued...
Mari e Armando! ;)

PS: Esses dias completamos 2 anos de Canadá! Uhull! Essa contratação só ajudou a animar ainda mais a comemoração!

Comemoração não planejada em um dos nossos lugares preferidos: Rec Room (acho que foi onde comemoramos no ano passado, inclusive. Só acho que não tiramos foto)

Fotenho depois da farra!

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