quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Aplicando para o Nexus

 Antes de virarmos canadenses e irmos pro Brasil (sim, isso já tem alguns anos), descobrimos que estávamos elegíveis pra fazer o cartão do Nexus. O Nexus é um acordo que existe entre os EUA e o Canadá pra permitir que os viajantes aceitos no programa passem pela fronteira sem precisar pegar aquela fila enorme da imigração. Como estávamos querendo ir pro Brasil na época e estávamos mega preocupados de isso acontecer num período depois que tirássemos a cidadania, mas ainda não tivéssemos o passaporte canadense, resolvemos aplicar pra ser um plano B, pra ser um documento de viagem que pudéssemos usar na fronteira canadense quando voltássemos do Brasil. 

A aplicação é bem simples: só preencher uns documentos no site do Trusted Traveler Program, pagar a taxa e, depois que tudo estiver aprovado, marcar a entrevista. Aplicamos tudo bonitinho, mas como ainda estava na época do COVID, as entrevistas estavam suspensas por tempo indeterminado. Ótimo pros nossos planos de viagem haha

Acabou que fomos pro Brasil e voltamos, viramos canadenses e nada de liberarem a entrevista. Descobrimos que estava tendo alguma treta entre os agentes dos EUA no Canadá, por isso ainda não tinham voltado a ter entrevistas no Canadá, apesar das entrevistas dos EUA já terem voltado. Quando liberaram, inicialmente liberaram num esquema em que você fazia uma entrevista no Canadá e uma nos EUA pra poder ser aprovado, ou seja, as filas estavam enooormes. Como nossa pressa pro Nexus já tinha passado, deixamos isso de lado por um tempo até que, dois anos depois de termos aplicado, resolvemos finalizar o processo. 

Encontramos uma data de entrevista em Detroit no Canada Day. Como Canada Day é feriado, funcionou bem. Passamos o fim de semana por lá (do lado canadense no caso, em Windsor. Ficamos hospedados no Ye Olde Wwalkerville Bed & Breakfast, que foi uma experiência ótima e bem diferente) e atravessamos a fronteira na manhã do dia primeiro de julho pelo túnel subaquático que liga Detroit e Windsor pra nossa entrevista. 

Como sempre dizem que os outlets dos EUA são superbaratos e que vale muito a pena, dirigimos 60 km pra ir em um. Minha opinião: mesma coisa que os outlets do Canadá. Provavelmente se você for em dias que tem promoção muito boa, os preços estarão bem bons. Como também acontece no Canadá, tem épocas de promoções melhores que os preços vão estar melhores. Enfim. Compramos uns tênis porque precisávamos mesmo e já estávamos lá mesmo e, quando chegamos no carro, descobrimos que nosso pneu estava furado. Óbvio! Esperamos dois anos pra marcar a entrevista e, duas horas antes dela, estávamos num outro país com um pneu furado! >.< 

Pensamos em ir no posto ali perto pra encher o pneu o máximo que dava, pra aguentar a viagem até a entrevista e depois iríamos pensar no que fazer. Chegando lá, lembramos que não tínhamos nenhum dinheiro americano. Fui na loja de conveniência do posto ver se o cara poderia me dar algum trocado (eu pago no cartão algo a mais do que vale e ele me dá o troco em moedas), mas ele não podia fazer isso. Mas ele sugeriu de irmos numa borracharia que tinha ali por perto, que talvez eles poderiam nos ajudar.

Chegamos lá, explicamos nossa situação pro moço, e ele disse que ia encher o pneu pra gente. Depois de um tempinho ele volta e fala que não poderia fazer isso, que seria perigoso, mas que ele poderia consertar o pneu! Falamos que estávamos com pressa e ele disse que poderia fazer em 15 minutos. Confiamos na habilidade dele e esperamos. Um atendente veio pegar nossas informações e foi isso. Quinze minutos depois nosso carro estava pronto. E não precisamos pagar NADA! NADA! NADA! Ficamos muito chocados com isso. Que sistema é esse que existe nos EUA que não precisamos pagar por arrumar o pneu, nem a mão de obra, nem nada? Eu não sei! Só sei que não acredito até agora. Demos uma gorjeta pro mecânico (em moeda canadense, porque era o único dinheiro que tínhamos! E ele disse que nunca tinha visto um dinheiro canadense na vida!!xD), pegamos o carro e saímos rumo a entrevista, que fica perto da fronteira entre Detroit e Windsor.

A entrevista foi bem tranquila, basicamente era pra pegar nossas digitais, ver se a gente era a gente mesmo e fim. Saímos de lá e pegamos a estrada rumo a Toronto. Ele disse que em 30 dias receberíamos o cartão em casa, mas ele chegou bem antes do que nos disseram!

Desde que pegamos o cartão, fizemos o teste pra usá-lo no aeroporto e foi muito lindo! O negócio é tão moderno que, quando você passa na máquina, já autoriza a sua entrada automática e você nem percebe, até que vem a mocinha e vê você com cara de perdido achando que nada aconteceu e ela diz que você já pode entrar. O guardinha só pergunta se você está trazendo algo não permitido, você diz não, e entra! É um sentimento muito bom de ser um "viajante confiável" (trusted traveller) e não ter que ficar meia hora respondendo perguntas do guardinha pra mostrar que você não está fazendo nada de errado. Por outro lado, se você for cruzar a fronteira de carro de madrugada, a história já é outra e a fast lane do Nexus é fechada e todos são obrigados a passar pelo guardinha e responder as perguntas (o que faz certo sentido, porque o que impediria alguém de ser um "trusted traveller", mas viajar suspeitamente de madrugada fazendo coisas ilegais? Felizmente não era esse o nosso caso e passamos de boas! xD).

Até mais,

Mari! xD

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